ER: Maurício, pode me contar um pouco de sua trajetória até chegar à
Presidência da FBRJ?
MC: Sempre me dediquei ao esporte. Fui atleta na juventude, de atletismo,
futebol e boxe. Sou oriundo do estado de Minas Gerais e aqui chegando
continuei praticando esportes, inclusive o Boxe na Associação Cristã de
Moços, onde estou até hoje. Mesmo seguindo atividade profissional do
campo da construção civil, continuei ligado ao boxe, com antigos
companheiros, já muitos falecidos. Por ocasião da lei que passou a
regulamentar as entidades de cada modalidade específicas, surgiu a
primeira federação específica de Boxe do Brasil. Isto há cerca de 20 anos
passados, na qual fui eleito o primeiro presidente desta entidade a qual
continuo até hoje sempre eleito por aclamação.
ER: Atualmente, quais os clubes/academias federados à FBRJ?
MC: Quando foi constituída a FBRJ, oriunda da antiga Federação de
Pugilismo, só tínhamos três entidades afiliadas. Nos dias atuais, somos 33
unidades entre academias, clubes, associações, etc (ver relação completa
em http://www.boxe-rio.com.br/filiados.asp).
ER: Como sobrevive hoje a federação?
MC: A FBRJ, sobrevive (expressão bem colocada) de suas taxas de
anuidade, cursos de formação de treinadores e eventos, principalmente
em cidades do interior do nosso Estado.
ER: Recentemente, a FBRJ se juntou a outras federações em protesto
contra os governos estadual e municipal que não repassam verbas para os
esportes. Este movimento deu algum resultado?
MC: Até o momento continuamos lutando com esperanças de que esse
movimento alcance um resultado positivo.
ER: A federação recebe alguma verba do governo para promover
competições, lutas, ou criar escolinhas e pagar professores?
MC: Não.
ER: Qual a sua meta e expectativa para o Rio 2016?
MC: A expectativa é que venhamos a melhorar o nosso desempenho
obtendo resultados melhores, pois a Confederação e as Federações estão
trabalhando muito na base com atletas entre 13 e 16 anos.
ER: Como surgem hoje novos talentos no Boxe fluminense?
MC: Os novos talentos surgem com o trabalho na base, atletas infantis e
cadetes. Atualmente contamos com pugilistas infantis e cadetes como
campeões brasileiros.
ER: Qual é a situação do Boxe no interior do estado?MC: A situação do
Boxe no interior do nosso estado, a nosso ver, é bastante promissor, tendo
em vista a formação de treinadores que vêm do interior fazê-lo aqui no
Rio, e, logo após constituindo as suas entidades que venham a ser nossas
afiliadas. Algumas já estão colocando atletas para competir em nossos
eventos.
ER: Qual a situação do Boxe feminino no Rio de Janeiro?MC: Não tem
muita expressão, pois o número de competidoras é pequeno.
ER: Comparando ao restante do Brasil, a qualidade dos atletas de Boxe do
Rio está na acima, abaixo ou na média?
MC: A qualidade dos atletas do Boxe do Rio de Janeiro, está na média do
Boxe nacional.
ER: Até os anos 80, os clubes de massa do Rio praticavam dezenas de
modalidades esportivas. CR Flamengo e CR Vasco da Gama tinham fortes
escolinhas e equipes de Boxe. Por que estes clubes deixaram o Boxe?
MC: Achamos que a época mudou, pois os clubes, pelo menos os citados,
passaram a se dedicar mais ao futebol profissional
ER: O Esporte Rio acredita que o Boxe poderia ganhar em divulgação e
popularidade se os clubes de torcida voltassem a praticar o esporte. Você
concorda?
MC: Não, pois em data recente, o Vasco da Gama era nosso afiliado e o
trabalho que lá era feito não prosperou. Isto sem contar que o Boxe é um
esporte onde não existem torcidas organizadas, ocasionando com isso
muita disciplina, muita ordem e nenhum tumulto.
ER: Gostaria de deixar algum recado final?
MC: Sim. Como recado final gostaria que as autoridades Municipal e
Estadual, apoiassem mais os esportes olímpicos, conforme acontece com
as confederações, que recebem verbas do Comitê Olímpico.
Postado por Miguel Gonzalez às 00:01
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Marcadores: Boxe, Entrevistas